As simples iniciais de seu nome, YSL, tornaram-se símbolo de elegância e sofisticação no mundo
inteiro. Aos 50 anos, Yves Saint-Laurent tornou-se o primeiro costureiro a entrar para o Museu do Louvre em Paris, que inaugurou
a exposição "Yves Saint-Laurent: 28 Anos de Criação". Em Nova York, há dois anos, ele foi o primeiro artista vivo a expor
no Metropolitan Museum. Se, de Nova York a Paris e de Sidney
a Pequim, mais de dois milhões de visitantes admiraram suas criações no museu, seu estilo é expresso em primeiro lugar através
da cor, da vida, do movimento e da história das mulheres, que ele acompanha com amor desde 1958, data de sua primeira coleção
na Christian Dior, que o tornou célebre no mundo inteiro. Nascido em Oran, na Argélia, em 1956, ele tem apenas vinte e um
anos quando o chamam de Christian II. Ele funda sua maison de costura em 1962 com Pierre Bergé, e lança em 1966
sua linha de prêt-à-porter "Rive Gauche", permitindo a milhares de mulheres conjugar elegância e conforto. Assim, a
saharienne (1967) ou o terninho (1968) vão se tornar clássicos do guarda-roupa contemporâneo. "Uma mulher feliz
é uma mulher de saia preta, com um pulôver preto, meias pretas, uma jóia de fantasia e um homem que a ame ao lado".
Para se impor como o maior costureiro de sua época, esse esteta soube, mais do que ninguém, transcrever
seus sonhos inspirados pelos pintores: Andy Warhol, Mondrian e Tom Wesselrnan nos anos 60, Picasso nos anos 70, Van Gogh e
Bonnard nos anos 80. Suas criações causaram escândalo, sejam as primeiras blusas transparentes (1968), ou o perfume Opium,
lançado em 1977. Mas a sua força está também em encarnar ao mesmo tempo o classicismo absoluto, tendo como embaixatriz Catherine
Deneuve. Herdeiro de Chanel e Balenciaga, ele se mantém fiel a essas linhas que não possuem qualquer detalhe em excesso: "a
elegância é urna maneira de se mover".
Grande colecionador, apaixonado por ópera, Yves Saint-Laurent é um dos últimos grandes estetas
deste final de século. De Cyrano de Bergerac a A Águia de duas Cabeças, ele criou inúmeros figurinos para o
teatro, sua primeira paixão. Sua arte é depurada e, de um sopro de musselina, ele recria sonhos dignos de um Botticelli, para
dizer melhor: "O mais belo ornamento de um homem ou uma mulher é o amor".
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